quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Um tolo com o coração na sola do pé

Eu sou um tolo
Que pensa que faz poesias
Ou poemas
Ou que escreve qualquer merda que valha a pena ser lida..
Mas então, que melhores poesias
Senão aquelas entoadas
Da esquina mais escura do coração?

Eu me cubro
Com o manto da saudade
Pano velho,
mas que cheira bem.

E sofro na marcha incessante do tempo
Pés com bolhas e não posso parar
não devo
não vou


Mas também respiro feliz
Quando entendo por breves momentos
Que há esperança
mesmo para a mais pobre das Almas

Até a morte parece boa
para a mais podre das carcaças
vai entender...

Estranhos são os caminhos que tenho que passar
E a corrida só faz sentido quando a terminamos
nunca antes,
nunca durante.

Só entendemos alguma coisa depois da caminhada
como a vida só se entende depois da morte,

Com todas as bolhas nos pés.

Minhas poesias vem do coração
Mas meu coração já não está mais onde devia

Pulsa na sola do pé.


E por mais que eu tente
Tudo me parece
Que só lá no fim
Entenderei meu eterno recomeço