sábado, 31 de dezembro de 2011

Crônicas dos Cinco Malucos - Conto do Peregrino(parte 1)

Eram cinco. O narigudo, o orelhudo, o cabeludo, o barrigudo e o careca. Sempre juntos, compartilhavam suas maluquices. De fato, eram esquisitos e tinha algumas coisas em comum. Principalmente tinham o que de mais precioso um grupo de homens deve ter: tinham um ritual. Sim, um ritual. Bebiam juntos, fumavam juntos, falavam juntos. Tinha que ser Whisky, não importava qual. Tinha de ter charuto, de preferência cubano. Se não tinha Whisky então podia ser cerveja, se não tinha charuto, então podia ser cigarro. O que eles tinham em comum além disso? suas verdades, idéias e ideologias. Uma fome sedenta por liberdade. Mas não aquela liberdade dos filmes, era outra, maior ainda, a liberdade de ser quem eles eram, malucos, beberrões e peregrinos.
Falavam de mulheres e de amores de uma vida, que duravam, anos, meses ou dias. Falavam das escrotidão do mundo e de como eram também por sua vez escrotos. Falavam do futuro que não chegava nunca e a cada relato um gole mais profundo era dado naquelas garrafas e um trago mais profundo naquelas bitucas.
Juntos viveram uma série de maluquices, cada uma dela sera descrita aqui; a quantidade de detalhes dependerá do meu saco de assim fazê-lo. Não esperem simpatia de mim.
Nesta noite em especial, foram ao aniversário da irmã de um deles. Doce e meiga a menina merecia ser prestigiada, honra que poucos tinham da parte dos malucos. O bar, era um qualquer, mais famoso na região no qual existia. Um pouco apertado mas supostamente o local perfeito para comemorar-se a idade que a doce moça completava.
Logo na chegada( no qual chegaram juntos, apertados em um carro que não suportava aquela quantidade) cumprimentaram a aniversariante. Era cheirosa. O primeiro grande obstáculo fora a socialização. Não eram bons nisso. De cara o cabeludo sentou e como de praxe pediu seu Whisky Jack Daniel's pela dose que era servida lá, isto é, dose de passarinho(o que não fazem os porcos capitalistas com pobres alcoólatras). Ainda de novo, como de praxe, o cabeludo convenceu a todos que o custo benefício, claramente inexistente, era muito bom e logo todos deveriam comprar sua dose também. Dito e feito. "EI AMIGÃO, CINCO DOSES AQUI" disse o orelhudo que de tão marrento tinha o coração congelado. O garçom, típico trabalhador brasileiro chegou na manha e anotou os cinco pedidos, não sem antes escutar na leve malicia o barrigudo dizer "CAPRIIIIIXA HEM PARCERO!". Dito e feito. Doses bem abastadas. ABBASTANZA diriam os italianos. O brinde? Restava decidir. Entrar pra história? Não com vocês. Sexo? Não com vocês. Pais ricos Mães gostosas? Nada original. Olhos conservados? Bom , isso era realmente o essencial. Como num passe de mágica, aquele local de celebração da bela musa aniversariante, estava rodeado de humanos e humanos não eram a preferência daquele seleto grupo de loucos.
Solução, a mesma de sempre..."ÔÔÔ... vou lá na rua fumar um cigarro, quem me acompanha". Todos foram na mesma mentira de sempre, como se algum deles algum dia fosse retornar a mesa do aniversário.
Aí a noite se foi, entre tragadas e risadas, os malucos repetiam os mesmos temas, a polêmica de sempre. Experiências novas entravam no rolo dos contos de crônicas de vidas ordinárias que tinham o seu extra na felicidade da companhia dos malucos. Outros se juntavam aos malucos. A ironia do momento? a de sempre, os mais estranhos logo os mais interessantes. Outras mesas e outras cadeiras eram necessárias para que coubessem todos que tão curiosos queriam se juntar. O bombeiro metido a bonitão deu sua passada, tinha que deixar claro o quanto era contra o cigarro. Nada com que os outros se importassem. Aí então o garçom se aproxima para mais uma dose de maços e cervejas. Quem diria! Amigo do cabeludo, dito e feito, cigarros grátis! Pouco dinheiro, pouco vontade, resultado , já estavam completamente retardados. O narigudo quem o diga, pois não sabem vocês, este mesmo narigudo bêbado idiota foi a grande semente da desgraça que se sucederia dali pra frente.
A noite chegava ao fim, nenhum deles havia conseguido grande sucesso com as damas do local, afinal eram todas coroas que queriam um algo a mais do que simplesmente pênis na vagina. Queriam delicadeza e dinheiro. Como o bom leitor percebe, nenhum dos dois era parte do arsenal dos loucos que eram mais loucos que os loucos. Eles eram o que eram, reclusos num universo a parte, não gostavam de pessoas, aliás, retifico-me, não gostavam das pessoas seguras e vazias. Pois só os loucos conseguem algo. Pessoas desejam, loucos fazem, não é a toa que são o que são.
No final da noite, era necessário voltar ao ponto inicial da aventura toda. O QG dos malucos. Mas como? A mais de 15km de casa, em plena noite fria, que umedecia maços de cigarros e jaquetas de couro. Como fazer? A resposta que seguiu, não foi das mais inteligentes...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Coisas que eu sempre quis dizer

Você está velho. Os efeitos do tempo recaem a cada dia sobre você.
A vida que supostamente é bela vai passando. As oportunidades para a felicidade, aí na sua frente e você não vê.
As ferramentas você teve todas, mais de uma vez, como brindes que vão e voltam na mão de desinteressados.
Interesse que você quer ver em mim. Não tenho interesse algum. Interesso-me em vê-lo se interessar pela vida que você ainda não viveu. Apenas seus planos.
Foi tudo muito difícil pra você e eu entendo. Aliás, meu grande dom sempre foi esse, o de compreendê-lo. Mas não consigo mais, compreensão requer paciência e eu tenho pressa. Pressa de crescer, de brilhar de sair de perto de você.
Pois você é a sombra que me cuidou, mas também tapou meu Sol.
Pois bem, tiro o máximo do que posso lá do fundo da minha alma e digo pra você: Chega.
Sem exclamações, apenas o mais sútil dizer...chega...
Espero que você viva bem e que algum dia nos reencontremos em outra situação onde possamos ser amigos. Pois neste momento, você bem me disse, somos inimigos.
E não posso suportar mais esse papel. Não quero ser aquele que você depositou as frustrações da sua vida não vivida.
Perto do fim, sempre há um algo a mais a ser dito, mas eu não tenho mais nada a dizer.
Pois acho que não sentirei tanta falta assim. Nos dias que passaram, nossos monólogos não se articularam e agora você vem e me ameaça.
Só quero te dizer, que ainda há como viver a vida que não foi vivida. Pois você, assim como eu (muito embora você não acredite) também é ser humano, feito de carne e osso e principalmente de racionalidade e pensamento. Só tenho a te dizer que a mais importante ferramente da vida também existe em você, e você também pode usá-la para então viver a vida não vivida. Isto que aqui falo, é sua escolha. Pois bem, escolha. E por favor, faça uma boa, não a mesma que me trouxe para perto de você, mas no mínimo escolha, viver.

Um abraço

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Meio metrinho de onda

Todos os dias de verão eram iguais, mas não sabia que sentiria tanta falta desses dias iguais. Acordava cedo, e estava pronto, tudo estava arranjado no dia anterior. Água, uma mochila pronta para tudo que fosse precisar, e a fiel prancha 5'11 feita pelo Avelino Bastos, que magicamente havia esculpido aquela belezinha de prancha, feita sob medida, ao meu gosto.

O ritual, parecia, ser conhecido até pelos vizinhos, que evitavam a garagem apertada naquela hora da manhã para que nossa saida não houvesse nenhum inconveniente, amarrava a prancha no teto do carro, com um nó firme para a prancha não voar e frouxo o suficiente para não danificar a prancha. O caminho era tão conhecido que de olhos fechados podia fazer detalhadamente referencias ao longo do trajeto, mas enfim a praia, e que praia, aquela que é a única, nome de mulher, com um costão imponete a esquerda, uma pedra que faz vira ponte de encontro aos surfistas mais frequentadores, uma água conhecidamente gelada, mas que beleza de banho de mar. E na areia, ainda não tinha muita gente, porque quem chega na praia as 7:30 da manha? Eu chegava, melhor hora da praia e do mar.

Com uma destreza pouco comum, em menos de 5 minutos estava tudo arrumado e a proteção solar estava feita, rodeado de cadeiras e de um galão de água bem gelada para beber. Em quanto isso eu entrava sem nada me segurando, sem cordinha no pé ou roupa de borracha para proteger do frio da agua do mar, era sempre eu e a prancha. Se jogar num abismo de coisas desconhecidas, que é a correnteza do mar, ela pode até ser previsível mas é desconhecida e junto ao costão eu me largava num ritual diário de prazer e satisfação, quando era a hora certa, subia na prancha e me colocava a remar, uma remada sem pressa e aproveitando cada braçada para medir a temperatura. E do costão até a pedra referencia a vida era revisada pro muitas vezes discussões internas que não se aquietam, ainda bem.

Chegando no local marcado mentalmente, era muito provavel que estivesse só, porque afinal quem chega as 7:45 da manha na praia pra surfar, bem, eu chegava. Sonhava sentado na prancha com os olhos atentos no horizonte com dias melhores, dias que os problemas estivessem solucionados e que a paz finalmente tomasse o espirito, com naquele momento estava tomado. Quando a onda se aproximava, num movimento mecânico, eu remava com força para não perder a onda, então ganhava velocidade, mais velocidade e finalmente podia ficar em pé, com as pernas separadas, e o corpo curvado, me aproximava ainda mais da onda com as mãos deslizando na parede, deixando que a velocidade da onda fosse maior que a minha para ficar dentro dela, por segundos mágicos, eu que a visão fica limitada a um pequeno tubo de água, em que eu me encolhia cada vez mais para ficar da vez mais perto da onda, e hora de sair dali, como tudo que é bom dura pouco, numa fração de segundos senti mais coisas do que uma pessoa possa sentir numa vida inteira, dentro daquele tubo, recarreguei as baterias para voltar remando até o local marcado, para ver de poderia repetir alguma vez o que havia sentido.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Esse texto é de um amigo de um amigo meu

      Uma mulher gorda e feia, não muito feia nem muito gorda, só gorda e feia. Um esteriótipo contemporâneo de Tia. Sentada na janela esfregando o vidro com as costas das mãos, tirando o vapor d'agua que o embaça e impede sua visão. Doce ilusão. Se enganando mais uma vez.Sua vida não são mulheres bonitas caminhando na beira-mar, crianças se divertindo, casais felizes em bancos de praças, não. Sua vida é um ônibus abafado pelas janelas fechadas, amontoado de pessoas gordas, feias e suadas, malditos macacos espaciais, cansados de mais oito horas de apertar botões e puxar alavancas. 
      Mas quando sair do ônibus ela vai continuar se enganando, se cobrindo com roupas, crenças, esperanças, vida social, drogas e sexo, mas sabe que atrás do vidro embaçado o que há é a realidade, um amontoado de gente feia, gorda, fedida e mal educada.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Hey you

 Eu quase não estava ali, quando eu estava sentado no onibus, estado alfa, fisicamente estava ali mesmo, mas minha cabeça viajava mais do que nunca. A minha viagem era tão grande que nem lembro o que realmente estava pensando, talvez não estivesse pensando em alguma coisa específica.

Toda freiada do motorista eu voltava, contra minha vontade, para o mundo físico. Nessa freiada em particular quase bati com a cabeça no encosto de cabeça do banco da frente. Em uma revolta particular e silenciosa olho para o cobrador, que olha para a porta de entrada, quando olhei para a porta de entrada tive uma sensação estranha, ela nem era tão bonita assim, mas me fez esquecer minha revolta.

O onibus estava completamente vazio, mas a menina sentou-se logo na cadeira a minha frente, talvez porque ali ela tivesse lugar para esticar as pernas de preguiça, então ela se encostou na cadeira e começou a fazer desenhos na janela, ela estava ali tanto quando eu, que voltei para a festa da minha cabeça. Quando notei eu estava me divertindo com as pontas dos cabelos dela, que estavam espalhados na cadeira dela. Fiquei ali por alguns instantes e ela pareceu notar que estavam mexendo no seu cabelo, dai mudou seu cabelo de posição, de uma forma graciosa e mostrou seu pescoço, que era realmente mais interessante que seu cabelo que ainda continuava ao alcance de minhas mãos.

O transito lento e a fila de carros estendeu por algum tempo a minha presença com ela, que parecia não viajar mais, eu não estava, tentava apenas não ser desagradável. Ela continuava a se mexer na cadeira logo a frente, mas ela não parecia estar procurando conforto e sim um pouco de atenção, foi o que eu fiz, dei para ela a minha atenção no momento, exatamente quando ela se virou um pouco para trás para ver alguma coisa, e acabou encontrando meu olhar, e eu encontrei o dela. Ela deixou seus cabelos agora para eu me divertir, mas a hora de eu sair era eminente, aquele pequeno encontro tinha lugar marcado para terminar, quando cheguei no ponto que sai, não olhei para trás por um segundo, e o onibus se foi com aquela moça lá dentro, nada com que eu me importasse.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Parecia um domingo, ou um sábado, sei la, mas era um dia de senama qualquer. Talvez não fosse qualquer dia da semana, um feriado quem sabe? Nos juntamos por algum motivo, esse era bem claro, amigos. Fomos nos encontrar só pelo fato de nos encontrar mesmo. Coisa de amigos, falar besteiras, rir da desgraça do outro, estar ali para o que for.
No centro e já reunidos éramos três dessa vez, duas baixas. Viagem e família separavam o resto do bando, da corja. Mas a reunião havia de ser feita; não se pode quebrar as regras (e quais são as malditas regras? Ninguém deve se lembrar, no começo eram oito regras). Enfim, juntos e sem nenhum lugar para fazer a "reunião"
- Que merda, aquele bosta viaja e agora não temos onde temos onde tomar nossas cervejas! Isso é trairagem com os Irmãozinho. - Disse o futuro viajante.
- Cala a boca, o cara foi ver a irmã na puta que o pariu e que irmã ein meu amigo! - Disse o comedor de mãe.
- Vamos beber nossa cerveja num lugar bom, vamos beber na rua mesmo! - Eu disse.
Riam da minha cara durante a compra das bebidas, mas sem termos para onde ir ficamos na rua mesmo, por onde bebem os metaleiros e aqueles que bebem escondido dos pais.
Acabamos a beira mar, lugar repleto de gente bonita e de gente saudável, ou também quem queria ser bonito e saudável, e tinha é claro, nós. Os exemplos a não serem seguidos, num dia de semana bebendo com metaleiros na rua, aos olhares de todos aqueles que quisessem nos julgar e aos nossos olhares estavam aquelas infinidades de bumbuns bem esculpidos, alguns novos, outros já mais castigados pelo cruel tempo, mas todos com seu valor. Bundas, cervejas e a calma brisa do mar, num dia breve e nublado, isso me apetece!
Sentados e com suas cabeças ocupadas de bebida e das coisas da vida, cada um com uma ideia e uma fantasia que se dava ao luxo de acreditar, fizemos três monólogos, cada um consigo mesmo e falando para todos, uma cena confusa, mas para nós tudo se encaixava e é claro, fazia todo o sentido.
Meu amigo que queria ser viajante, falava alto seus conhecimentos recém adquiridos, ele precisava saber como é se lançar ao mar e por isso leu de tudo que foi história com esse tema, de tudo quanto nego torto ele procurava conhecer a história das viagens e como se construía, ele buscava tudo. Ele queira tudo, ele queria se tornar cidadão do mundo, e o primeiro passo ele estava dado, nada mais o prendia a essa terra.
O comedor de mãe sofria porque sofria. A todos ele buscava ajudar até mesmo aqueles que abusavam de seu corpo, sendo apenas sua amante. Ele estava amargurado com tal situação, que já perdurava um bom tempo. Reclamava da falta de sexo e também de não te-la por completo. Agora ele buscava uma antiga carne novaa, não sabia como atrair a pobre mocinha, mas ele sabia o que queria com ela, imundo esse rapaz!
E eu estava ali contemplando a paisagem, uma bela vista a beira mar, na bela companhia de bundas que passavam, de aves que corriam umas atrás das outras afim de perpetuar a espécie, porque no fim estamos aqui para isso, aquelas aves já perceberam isso. As marolas vinham a praia e o tempo do dia nublado foi se passando e com meus pensamentos bem menos importante ou vitais do que meus amigos, dei graças de que na minha cabeça havia outra reunião e nenhuma daqueles dois filhos da putas haviam sido convidados, lá eu estava sozinho. Meus amigos são uns escrotos, eu sei disso.
Por fim nos levantamos e no nosso ultimo ato de mal exemplo as criancinhas, atravessamos a avenida fora da faixa de segurança, corremos levemente embreagados e chegamos até uma padaria, onde eu pretendia mijar. Os três pararam no balcão e juntos ponderamos sobre o que comeriamos, nisso o comedor de mãe disse que precisava ir no banheiro. E então tomei-lhe a frente e fechei a porta do banheiro sem ele sequer notar, é quando ouço do lado de fora da porta batidas fortes e uma sonora frase dita pelo meu camarada "seu filho da puta, tú és a escória do mundo!", Então feito o que eu deveria fazer, privei meu amigo por mais alguns momentos do único banheiro do lugar, foi quando eu abri a porta e lá estava ele, escorado na parede e mijando na porta do banheiro.
E eu realmente sou a escória do mundo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ela não quer mais nada

Ela estava lá apenas para não sua vaga, o que ela queria era outra coisa, queria rebolar sua bunda bem esculpida longe dali. Ela era formada de um belo par de coxas e peitos, uma bunda redondinha e linda, mas suas feições eram feias e lembravam um cavalo, era ela a Raimunda propriamente dito, feia de cara e boa de bunda.
Se vestia sempre de modo que seus valores físicos ficassem bem expostos, dentro da sala ela era também, um pouco mais velha que boa parte da turma, queria como seu jeito de se vestir e andar, seduzir a todos e ganhou, ela era a feia sedutora de jovens. Sua voz era horrivel de ouvir, lembrava o ganido de algum bicho sendo torturado, pedindo que lhe matassem de uma vez por todas; o que me fazia querer atirar uma cadeira na sua direção toda santa maldita vezes que ela abria a boca escandalosa para fazer qualquer comentário, pra ver se o bicho que estava preso na goela dela morria de uma vez.
Ela fazia cursinho para passar no vestibular, "estudava" todos os dias o dia inteiro, e assim foi o semestre, ela não saia com a turma, sempre falava que precisava estudar e não podia beber umas cervejas com a galera, mas no fim do semestre letivo, perto do vestibular ela estava querendo sair, extravazar a pressão, em algumas outras palavra não muito refinadas, ela tava se querendo toda, sorria pra todo mundo, dava beijo do corpo, ou seja, quem chegasse primeiro seria premiado com uma noitada de carinho por ela.
Numa festinha da turma, então, a primeira dela, porque ela decidira que tinha que parar de se preocupar tanto com o vestibular, ela queria sexo. Simples e prático, sexo para aliviar a tensão. Ela estava a um ano inteiro "se guardando", mas nas últimas semanas que se passaram ela queria mesmo era doar suas intimidades para outra pessoa e em troca receber tudo que o outro podia dar, ela queria que a deflorassem por completo. Não queria restrições ou pudores, ela queria ser má, queria tudo.
Predatoramente, levemente embreagada, desinibida pelo álcool ela saiu caçando algum parceiro sexual para sua noite possivelmente acalorada, o sujeito que seria felizardo ao penetrar naquelas carnes firmes e fortes, brancas e provavelmente pouco exploradas. Escolheu um amigo meu, ela tinha uma queda por ele, então os dois desapareceram durante a festa, e depois disso, meu amigo nunca mais foi o mesmo; ele ficou um final de semana inteiro repondo os líquidos perdidos naquela noite, e ele ficou traumatizado com a coisarada. Disse a mim, numa confissão desesperada depois do ocorrido, que a menina o dera uma chá da coisa, que não permitia que ele saisse de dentro dela, quanto mais ela gozava mais ela o queria e quanto mais ele ficava lá dentro mais ela gozava, fazendo um loop sem fim, que deixou o rapaz impotente.
E ela passou no vestibular depois de aliviar as tensões do vestibular e das provas de fim de ano, então nunca mais rebolou aquela bundinha por perto da minha sala, mas provavelmente nunca foi esquecida, não na memória do rapaz que sofreu, positivamente, nas mãos dela.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Coisas sobre outra pessoa

Ela diz que é fofa
mas todos adoram sua cara de brava.
Ela é orgulhosa
mas é simpática.
Ela é teimosa
mas odeia ser ignorada.
Ela adora seu cabelo
mas se acha feia e adora bater fotos.
Ela é carente e tão irônica, quanta ironia
mas é legal e irrita as pessoas.
Ela é cabeça dura
mas cede com facilidade.
Ela não tem paciência e odeia esperar
mas escuta musica ruim, que é de fuder qualquer paciência.
Ela é bastante auto-critica
e continua escrevendo...
Ela tem 100 coisas sobre ela mesma
É raso largo e profundo
Diz muito sobre nada dela.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sempre me disseram que a vida é bela
que todos tem chances e oportunidades
E que eu merecia tudo de bom...

Nunca quiseram me dar nada de bom!
Ou, também, nunca fiz nada digno de uma boa recompensa,
mas não precisavam me enganar!

Não mereço nada de bom!

Sou o pior dos viciados numa clínica de reabilitação,
sou o coco da mosca do cavalo do bandido.
Da orquestra mais harmonica sou eu que destoa.
Dos ruins eu sou o pior, pior da raça (ruim)!
Sou aquele sem identidade
Nem nome.

O inferno é o inferno...
Nada
de
Bom

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Reino dos céus é para os chatos!

’’Oi, pois não, eu venho oferecer meus serviços de acompanhante para estes dois jovens. Algum interessado?’’
Olho para ela, não sei o nome deste sentimento, raiva, nojo; confesso que o medo eu reconheci logo de cara, pois quem aborda alguém daquela maneira numa madrugada? Voltando para a moça, até que era bonitinha, jeitosinha, embora eu já estivesse chamando urubu de meu louro (qualquer uma que passasse seria a senhora mais linda e adorável daquela noite), acabei por não confiar no meu julgamento, porém meu amigo sussurrou que uma daquelas não é de se jogar fora. E começou a barganha. Sai
Enquanto saio para fumar meu cigarro meu amigo fica lá com a jovem oferecida conversando e negociando os preços. Uma segunda senhora (senhorita de mais idade) se apresenta e se senta ao meu lado. Olhei desconfiado, era puta, só de olhar já se notava, ela saca seu cigarro e pede por fogo, acendo seu cigarro e ela puxa papo. Descobri que a rapariga que veio oferecer seus trabalhos tinha recém-chegado na cidade e precisava de dinheiro rápido e fácil, é claro que a segunda senhorita (a de mais idade), que era uma quenga velha, usaria a mocinha novinha e bonitinha para se auto promover cafetina. Puta esperta. Ela me confessou que já começava a perder dinheiro, uma vez que não sentia mais tesão por nada (ou quase nada), ela culpou os cigarros que fumara em sua vida promiscua. Olhei meu cigarro e continuei fumando. Ela falou também que havia simpatizado por mim e por meu amigo, e por isso entraria no bacanal também.
Eu não sabia se subiria (subir nesse caso uma condição física própria dos homens, só pra deixar claro), mas mesmo assim, e em qualquer condição, eu ficaria com a moça novinha. Meu amigo parecia já ter conseguido um preço, pois o trabalho delas já tinha começado, só com ele, eu ainda fumava meus cigarros. Saímos da rua e alugamos um quarto num hotel vagabundo e por incrível que pareça (pra mim) foi bem tranqüilo levantar, a noite toda foi uma festa; eu, meu amigo e as duas moças fáceis.
Não vi o tempo passar e quando dei por mim eu era o único acordado, eu estava na janela em companhia do meu cigarro, olhei para a cena diante dos meus olhos. Meu amigo abraçado com uma puta velha, dormindo com um sorriso estampado na cara, de orelha a orelha. Até onde um sujeito poderia ir, Até quando ele poderia cavar o buraco, não sei, mas meu amigo atingira o fundo. Ri daquilo tudo e em silencio observei na outra cama, sozinha, a outra moça. Era jovial, branquinha, bem esculpida. A composição daquela obra era perfeita, sua roupa de baixo estava exposta, mesmo assim era meiga. Achei no armário um lençol limpo e tratei de cobri-la, ela num reflexo me abraça e me prende perto dela. Ali perto daquele rosto, era ainda mais bonita, tinha sardinhas que lhe cobriam o nariz e as bochechas, não em excesso, na medida perfeita.
Divaguei em meus pensamentos, afinal por que diabos aquela menininha estava fazendo isso? Na verdade eu sabia, sabia por que a puta velha tinha me contado; dinheiro rápido e fácil com a desculpa de ser nova na cidade. Ok. Ela se vira e se encaixa em mim. Até isso é perfeito, o encaixe da bunda dela em mim! (uma bunda bem estruturada, era maravilhosa!) Merda! Aquele calor naquela hora da manhã era sacanagem, mas ela pareceu
não se importar, uma vez que a noite eu já havia corrido aquele corpo inteiro. Perdi-me nos meus pensamentos de novo.
Não sabia nada sobre ela (é claro que já havia sido apresentado ao seu corpo e suas intimidades, do corpo, mas ela ainda era um mistério), eu não sabia seu nome, nem telefone, nem da voz dela eu lembrava. Infeliz, eu tinha que estar tão bêbado daquele jeito; igual a um porco. Não sabia quantos já haviam desfrutado do mesmo prazer que eu (não que eu me importasse), não sabia da onde ela tinha vindo nem pra onde iria, nem o que gostaria de ser, qual profissão pretendia seguir...
Ela abre os olhos e me encaram, profundos, penetrantes e profundos aqueles olhos, mas sem tristeza, eram alegres (será que ela gosta do que faz?). ‘’- ontem tu me fez gozar!’’ – Aham finjo que acredito enquanto ela finge que é verdade, ela deve dizer isso pra todos. Ela olha debaixo do lençol e diz ‘’ alguém quer repetir da dose’’ eu simplesmente digo ‘’to quebrado, falido!’’. Parece não ligar muito e trata de me animar, aquela pela rosada e macia fez adiantar o processo que eu gostaria durar a vida toda (aqueles peitos macios e confortáveis também foram devidamente responsabilizados!), a voz dela suave e meiga ‘’tu me fez gozar’’ me disse, mas agora parecia sincero, ela tremia: seu corpo, sua voz, seus sentidos.
Nosso aluguel esgotara-se e o dono do hotel enxotou-nos do quarto, o cara tava puto, mais puto do que as putas!
Por fim ela me deu um beijo molhado no rosto, deu tchau e sumiu da minha vida. Aquele maldito sentimento, eu sabia que tinha que ser ele, não conseguia explicar antes, mas eu sabia que era ele, maldito amor. Esse em especial era o maldito amor de uma puta. Amor de puta!