Eu sou assim
Grande máscara feita dos retalhos das emoções que um dia afoguei
São olhares
Vejo fotos do passado
Tenho saudade de tudo que eu vou perder
O tempo é como uma grande esteira que nos leva ao inevitável fim
Por cada momento fica também uma estranha marca
As coisas que eu não sei lidar
São fugazes
E por não compreender o tamanho dessas mesmas coisas
Apenas sei chorar
Eu queria ter o poder
De acreditar nas mentiras que contamos
Sob o falso nome de sabedoria
Eu queria saber
Esperar em paz pelas coisas que são elas mesmas
Queria escolher com força e ser herói da própria sombra
Cavalo velho e burro
Na ponta da vareta não existem cenouras mas enigmas
E só eles me fazem andar
Pernas cansadas do turbilhão
Que é o maremoto da minha cabeça que pensa demais
Eu pouco sei
E muito
Penso que sei
Mais uma vez em frente ao espelho
Sempre olhando esperando a resposta que não virá
"Quem é esse que me questiona?"
Ah o tempo...
Seco a lágrima
O tempo....
...o tempo
O relógio marca 17h30 nesse final de tarde de domingo
Estou destroçado
Mas amanhã há de ser outro dia...