domingo, 26 de julho de 2015

O paradoxo da saudade

Eu sou assim
Grande máscara feita dos retalhos das emoções que um dia afoguei

São olhares

Vejo fotos do passado
Tenho saudade de tudo que eu vou perder
O tempo é como uma grande esteira que nos leva ao inevitável fim

Por cada momento fica também uma estranha marca
As coisas que eu não sei lidar
São fugazes
E por não compreender o tamanho dessas mesmas coisas
Apenas sei chorar

Eu queria ter o poder
De acreditar nas mentiras que contamos
Sob o falso nome de sabedoria

Eu queria saber
Esperar em paz pelas coisas que são elas mesmas
Queria escolher com força e ser herói da própria sombra

Cavalo velho e burro
Na ponta da vareta não existem cenouras mas enigmas
E só eles me fazem andar

Pernas cansadas do turbilhão
Que é o maremoto da minha cabeça que pensa demais


Eu pouco sei
E muito
Penso que sei

Mais uma vez em frente ao espelho
Sempre olhando esperando a resposta que não virá
"Quem é esse que me questiona?"
Ah o tempo...

Seco a lágrima
O tempo....


...o tempo


O relógio marca 17h30 nesse final de tarde de domingo
Estou destroçado
Mas amanhã há de ser outro dia...