Eu sou assim
Grande máscara feita dos retalhos das emoções que um dia afoguei
São olhares
Vejo fotos do passado
Tenho saudade de tudo que eu vou perder
O tempo é como uma grande esteira que nos leva ao inevitável fim
Por cada momento fica também uma estranha marca
As coisas que eu não sei lidar
São fugazes
E por não compreender o tamanho dessas mesmas coisas
Apenas sei chorar
Eu queria ter o poder
De acreditar nas mentiras que contamos
Sob o falso nome de sabedoria
Eu queria saber
Esperar em paz pelas coisas que são elas mesmas
Queria escolher com força e ser herói da própria sombra
Cavalo velho e burro
Na ponta da vareta não existem cenouras mas enigmas
E só eles me fazem andar
Pernas cansadas do turbilhão
Que é o maremoto da minha cabeça que pensa demais
Eu pouco sei
E muito
Penso que sei
Mais uma vez em frente ao espelho
Sempre olhando esperando a resposta que não virá
"Quem é esse que me questiona?"
Ah o tempo...
Seco a lágrima
O tempo....
...o tempo
O relógio marca 17h30 nesse final de tarde de domingo
Estou destroçado
Mas amanhã há de ser outro dia...
"Qual é a sua estrada, homem? - a estrada do místico, a estrada do louco, a estrada do arco-íris, a estrada dos peixes, qualquer estrada... Há sempre uma estrada em qualquer lugar, para qualquer pessoa, em qualquer circunstância." Kerouac
domingo, 26 de julho de 2015
domingo, 19 de julho de 2015
Algo me chama nas frias noites de Agosto
-
Ug Cobra
Existe algo estranho
que me chama
nas frias noites de Agosto
são todas as memórias
das escolhas não feitas
que um dia eu desejei
que fossem refeitas
o carro passa
eu vejo a estrada passar também
de longe o mar
e o vidro suavemente embaçado
eu quero sair daqui.
sair por aí em cima de uma moto
por campos verdes passar e viver o mais bonito clichê
quero te ver daquela janela
me olhando com um sorriso doce
porque eu sei que você entende
entende todas as promessa que sustentam o castelo de cartas
do amor que um dia construi pra ti
e sei da tua espera
porque eu te espero
pois eu bem sei
poesias não são nada se não vem do coração
promessas não valem nada se não vem do coração
mas uma vida também não é nada
se não vem do coração
e nessa mesma hora
me olho no espelho
e me questiono
aonde foi meu coração?
eu vejo a estrada passar também
de longe o mar
e o vidro suavemente embaçado
eu quero sair daqui.
sair por aí em cima de uma moto
por campos verdes passar e viver o mais bonito clichê
quero te ver daquela janela
me olhando com um sorriso doce
porque eu sei que você entende
entende todas as promessa que sustentam o castelo de cartas
do amor que um dia construi pra ti
e sei da tua espera
porque eu te espero
pois eu bem sei
poesias não são nada se não vem do coração
promessas não valem nada se não vem do coração
mas uma vida também não é nada
se não vem do coração
e nessa mesma hora
me olho no espelho
e me questiono
aonde foi meu coração?
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Época da minha vida
-
Ug Cobra
Teve uma época da minha vida que eu me perdi. Perdas sempre nos levam a inevitáveis pensamentos. Nesses fluxos de ideias a gente se questiona: como faz pra voltar? Será que eu era feliz e não sabia?
Essa é a tese mais antiga que a própria antiguidade: a felicidade é fruto direto ignorância?
Teve uma época da minha vida que eu te perdi. Não perdi como se perde as chaves do carro. Te perdi como uma perda pensada. Foram momentos negros. Tinha de seguir e por não compreender certas coisas e nem mesmo a mim mesmo, não tive outra coisa senão escolher.
Teve uma época da minha vida que se perdeu. Por entre os dedos. Eu não sabia que podia 'ser'. No infinito da possibilidade que esse verbo nos oferece. As histórias dos castelos de areia, barro e vento que a gente observa nas praças da vida, cada uma delas é mais ou menos temperada de tragédias que devemos aprender a saborear.
Teve uma época da minha vida em que vivi. E depois dela eu sabia como tudo poderia ser de novo. Eterno retorno.
Teve uma época da minha vida que eu me encontrei. Achei pelo caminho todos os cacos de vidro. Fiz deles o mais lindo abajur. Peguei o amor disperdiçado e dele fiz uma lâmpada. Iluminei as partes escuras de um porão. Botei o coração na mesa de apostas. Assim mesmo, sem medo de perder.
Teve uma época da minha vida em que eu venci...
Essa é a tese mais antiga que a própria antiguidade: a felicidade é fruto direto ignorância?
Teve uma época da minha vida que eu te perdi. Não perdi como se perde as chaves do carro. Te perdi como uma perda pensada. Foram momentos negros. Tinha de seguir e por não compreender certas coisas e nem mesmo a mim mesmo, não tive outra coisa senão escolher.
Teve uma época da minha vida que se perdeu. Por entre os dedos. Eu não sabia que podia 'ser'. No infinito da possibilidade que esse verbo nos oferece. As histórias dos castelos de areia, barro e vento que a gente observa nas praças da vida, cada uma delas é mais ou menos temperada de tragédias que devemos aprender a saborear.
Teve uma época da minha vida em que vivi. E depois dela eu sabia como tudo poderia ser de novo. Eterno retorno.
Teve uma época da minha vida que eu me encontrei. Achei pelo caminho todos os cacos de vidro. Fiz deles o mais lindo abajur. Peguei o amor disperdiçado e dele fiz uma lâmpada. Iluminei as partes escuras de um porão. Botei o coração na mesa de apostas. Assim mesmo, sem medo de perder.
Teve uma época da minha vida em que eu venci...
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